As colunas [sem surround]

11.30.2005

Ano de colheita: 1979

The B-52's, The B-52's
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Lodger, David Bowie
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London Calling, The Clash
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Armed Forces, Elvis Costello & The Attractions
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Three Imaginary Boys, The Cure
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Dragnet, The Fall
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Entertainment, Gang of Four
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Unknown Pleasures, Joy Division
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Overkill, Motörhead
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Bomber, Motörhead
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Unbehagen, Nina Hagen Band
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Metal Box, PIL
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The Wall, Pink Floyd
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Regatta de Blanc, Police
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The Specials, The Specials
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The Raven, The Stranglers
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Fear of Music, Talking Heads
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154, Wire
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Live Rust, Neil Young & Crazy Horse
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Rust Never Sleeps, Neil Young & Crazy Horse
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Joe's Garage, Frank Zappa
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Sheik Yerbouti, Frank Zappa
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11.29.2005

# 16

Pixies, Surfer Rosa [4AD, 1988]

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Bone Machine / Break My Body / Something Against You / Broken Face / Gigantic / River Euphrates / Where Is My Mind? / Cactus / Tony's Theme / Oh My Golly / Vamos / I'm Amazed / Brick Is Red

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Ah, os Pixies!... Ao contrário do que alguns dos meus amigos pensam não sou um GRANDE fã da banda de Charles Thompson a.k.a. Black Francis, Joey Santiago, Kim Deal e David Lovering. Foram - continuam a ser - uma banda admirável, mas nunca nutri pelos Pixies aquele tipo de devoção que nos leva a perdoar algumas infelizes decisões musicais [no seu caso, refiro-me a demasiados temas de Bossanova ou Trompe Le Monde]. Come On Pilgrim, Surfer Rosa e Doolittle são três albuns excepcionais e os seus temas resistem intactos à passagem dos anos. Surfer Rosa é o meu álbum de eleição dos Pixies. Ouvi-o pela primeira vez na íntegra, numa cassete gravado pelo P.S., juntamente com Doolittle [de 1989, se calhar tão bom como Surfer Rosa] no final dos anos 80 e o seu impacto em algumas das minhas convicções musicais foi imenso. Provavelmente, o que me terá atraiado em primeiro lugar para a música do quarteto foi a sua faceta punk, o desregramento vocal de Francis e as guitarras estridentes de Santiago. Logo a seguir deixei-me seduzir pela voz cristalina de Kim Deal e pelas suas inconfundíveis linhas de baixo e, finalmente, pelos ritmos certeiros de Lovering.
O que têm, ainda hoje, os Pixies de tão excepcional? Canções. Muitas canções. Quase todas grandes, enormes, canções. Tome-se Surfer Rosa como exemplo: pelo menos 11 dos 13 temas do disco são clássicos absolutos no espólio da banda - só Something Against You e Brick Is Red destoam - e muito ligeiramente - do altíssimo padrão de qualidade das restantes. Praticamente o mesmo se pode dizer de Doolittle.
Tive a felicidade de ver os Pixies em duas ocasiões. A primeira em 91, num memorável concerto no Coliseu do Porto que acabou com Where Is My Mind? a ser tocado com as luzes da sala já acesas. A segunda em Agosto passado no Festival de Paredes de Coura, onde Francis e companhia deram aos novatos que por lá tocaram uma verdadeira lição de como fazer música.

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[Texto recuperado do post sobre Daydream Nation dos Sonic Youth, 21.07.2005] Este disco saiu num ano [1988] em que eu me arrastava pelas salas de aula da FLUC aprendendo o que rapidamente esqueceria e do qual recordo principalmente os concertos de Pop Dell Arte com Mão Morta e de Peter Murphy no Porto, de Woodentops em Matosinhos, de Jesus and Mary Chain e Nick Cave em Lisboa e de Duruti Column e A Certain Ratio em Coimbra. Foi ainda nesse também que conheci a então ainda fervilhante Ribeira portuense. Nesse ano os Estados Unidos eram abalados pelo escândalo Irão-Contras [que envolvia altas patentes militares como John Poindexter ou o caricato Oliver North] e George Herbert Walker Bush era eleito sucessor de Ronald Reagan; a União Soviética aceitava retirar-se do cemitério afegão após anos de luta contra os rebeldes [parece que Bin Laden andava por lá, a soldo dos... Estados Unidos]; um milhão de mortos depois, o Iraque e o Irão punham fim à guerra que os opunha; na Escócia, terroristas líbios [a soldo de Khadafi, ao que consta, agora amigo da... União Europeia] faziam explodir o voo Pan Am 103 em Lockerbie fazendo 270 mortos e no Brasil era assassinado, por encomenda de proprietários de terras na Amazónia, o activista Chico Mendes. Por cá, vivia-se ainda a euforia dos primeiros anos do cavaquismo e dos fundos estruturais da CEE que, ao que nos diziam, haveriam de fazer de Portugal um país desenvolvido e civilizado. No Verão, a 28 de Agosto, o Chiado ardia.

11.10.2005

Ano de colheita: 1978

Parallel Lines, Blondie
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The Kick Inside
, Kate Bush
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Give 'Em Enough Rope
, The Clash
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This Year's Model
, Elvis Costello
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New Boots and Panties!!!
, Ian Dury & The Blockheads
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Nina Hagen Band
, Nina Hagen
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The Man Machine
, Kraftwerk
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All Mod Cons, The Jam
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The Modern Dance
, Pere Ubu
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The Scream
, Siouxsie & The Banshees
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More Songs About Buildings and Food
, Talking Heads
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Live and Dangerous
, Thin Lizzy
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The Second annual Report, Throbbing Gristle
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Chairs Missing
, Wire
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Germ-Free Adolescents
, X-Ray Spex
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11.09.2005

# 15

Disposable Heroes of Hiphoprisy, Hipocrisy Is The Greatest Luxury [Island Records, 1992]

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Satanic Reverses / Famous and Dandy [Like Amos'n'Andy] / Television, The Drug of the Nation / Language of Violence / The Winter of the Long Hot Summer / Hipocrisy Is The Greatest Luxury / Everyday Life Has Become A Health Risk / INS Greencard A-19 191 500 /Socio-Genetic Experiment / Music and Politics / Financial Leprosy / California Uber Alles / Water Pistol Man

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A propósito de um post aqui escrito na passada sexta feira recuperei um dos melhores álbuns que alguma vez ouvi: Hipocrisy Is The Greatest Luxury dos Disposable Heroes of Hiphoprisy [DHOH], duo formado por Michael Franti [actualmente nos Spearhead] e Rono Tse. Habitualmente, este disco é classificado na categoria rap / hip-hop mas esse é um espartilho ao qual Hipocrisy... escapa com uma facilidade desarmante. Hipocrisy..., único álbum deste duo se não contarmos Spare Ass Annie [colaboração de William S. Burroughs com os DHOH], é uma obra notável, um manifesto político-musical coerente e consistente feito de duras críticas às sociedades capitalistas contemporâneas [particularmente aos Estados Unidos], aos seus mecanismos de perpetuação do poder e dos desiqulibrios sociais, aos seus preconceitos e aos seus mecanismos de exclusão. Musicalmente, Hipocrisy... é um disco variado, radicado no hip-hop mas muito para além desse género e abrindo novos horizontes a esse movimento como poucos o terão alguma vez feito e foi um dos discos que mais fez pela minha própria abertura a géneros musicais que, em certas alturas, jurei jamais ouvir. Eu, que não sou nem de perto nem de longe adepto de hip-hop ou de rap, ouvi este disco até à exaustão. Estranhamente, ou talvez não, só encontro um outro nome comparável a Michael Franti: Jello Biafra dos Dead Kennedys [a primeira banda de Franti - os Beatnigs - editaram mesmo pela Alternative Tentacles de Biafra e neste álbum há uma versão de California Uber Alles dos Kennedys], não musicalmente mas pelo empenho políticamente radical da sua música. Hipocrisy... é hoje, como há treze anos, um álbum muito incómodo.

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[Texto recuperado do post sobre Mutantes S.21 dos Mão Morta] 1992, ano da edição de Hipocrisy Is The Greatest Luxury, foi pessoalmente um ano de mudanças radicais: em Setembro saí de Coimbra, comecei a trabalhar [em Fornos de Algodres!] e em Dezembro [a 15] concluí a minha licenciatura. Nesse mesmo ano desaparecia a Jugoslávia; nos Estados Unidos o serial killer Jeffrey Dahmer, o boxeur Mike Tyson, o mafioso John Gotti e o o ex-líder do Panamá Manuel Noriega eram condenados a penas de prisão enquanto os polícias que espancaram Rodney King eram absolvidos, o que levaria a vários dias de motins em Los Angeles, Bill Clinton derrota George Bush e Ross Perot na presidenciais e no Brasil Fernando Collor de Melo abandonava a presidência por corrupção; no Reino Unido, Isabel II declarava 1992 annus horribilis [devido aos variados escândalos que ao longo desse ano abalaram a monarquia]. Este foi ainda o ano em que a Igreja Católica pediu desculpas pelo processo da Inquisção contra de Galileu Galilei. Por cá, continuava a esbanjar-se os milhões da Comunidade Europeia e Cavaco Silva ainda acreditava no "p'ogresso" e num "novo homem português".