# 20

Where Eagles Dare / Revelations / Flight of Icarus / Die With Your Boots On / The Trooper / Still Life / Quest For Life / Sun And Steel / To Tame A Land
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Os Iron Maiden foram durante alguns anos uma das minhas bandas de eleição. Comprei todos os seus álbuns até ao início dos anos 90, altura em que o meu interesse pelo heavy metal, por um lado, e a inspiração musical da banda, por outro, se desvaneciam. A primeira vez que os ouvi foi em The Number of the Beast [de 1982] mas só com este Piece of Mind me rendi à "dama de ferro" e ao heavy metal [durante um certo período só me faltava mesmo o cabelo comprido]. Este não é provavelmente o melhor disco da banda de Steve Harris [fundador, baixista e principal compositor], mas foi este um dos discos de heavy metal que mais me marcaram, precisamente porque foi com ele que aderi incondicionalmente aos sons mais pesados [e muito mal-afamados na época] do heavy metal. Não sendo o melhor dos Iron Maiden, em nove temas, Piece of Mind contém quatro clássicos da banda: Revelations, Flight of Icarus, Die With Your Boots On e The Trooper. Vi-os ao vivo três vezes, sempre em Portugal, a primeira das quais a 5 de Dezembro de 1986 [no recém-demolido Dramático de Cascais], o meu primeiro concerto internacional [com os infames W.A.S.P. a fazer a primeira parte]. Quanto mais não fosse, o trabalho dos Iron Maiden no início dos anos 80 faz deles uma das bandas fundamentais para a compreensão, e para a própria definição, do que seria o heavy metal - e muitos dos seus derivados - a partir de meados da década de 80.
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No ano da edição de Piece of Mind [1983] eu andava pela Escola Secundária e Polivalente do Entroncamento e passava o Verão na rua, em correrias de bicicleta e jogos de futebol no adro da igreja da aldeia onde cresci, paredes meias com o cemitério. Portugal vivia à beira da bancarrota e Mário Soares substituia nesse ano Francisco Pinto Balsemão na chefia do governo, formando-se então o famoso Bloco Central [cuja herança ainda hoje é visível na sociedade portuguesa]. Nesse mesmo ano, Björn Borg abandonva o ténis depois de vencer cinco vezes seguidas o Torneio de Wimbledon e Tennessee Williams morria no Hotel Elysée em Nova Iorque. A Swatch colocava à venda os seus primeiros relógios, a primeira Disneyland fora dos Estados Unidos abria em Tóquio e Flashdance e Star Wars - O Regresso de Jedi esgotavam cinemas pelo mundo. O nazi Klaus Barbie era finalmente capturado e a Stern publicava os Diários de Hitler [havia de se descobrir depois que eram falsos].
Com o mundo dividido ao meio [Ronald Reagan refere-se nesse ano à União Soviética como o "império do mal"], o Irão invadia o sudoeste do Iraque, numa guerra que duraria vários anos e custaria muitos milhares de mortos.
Os Iron Maiden foram durante alguns anos uma das minhas bandas de eleição. Comprei todos os seus álbuns até ao início dos anos 90, altura em que o meu interesse pelo heavy metal, por um lado, e a inspiração musical da banda, por outro, se desvaneciam. A primeira vez que os ouvi foi em The Number of the Beast [de 1982] mas só com este Piece of Mind me rendi à "dama de ferro" e ao heavy metal [durante um certo período só me faltava mesmo o cabelo comprido]. Este não é provavelmente o melhor disco da banda de Steve Harris [fundador, baixista e principal compositor], mas foi este um dos discos de heavy metal que mais me marcaram, precisamente porque foi com ele que aderi incondicionalmente aos sons mais pesados [e muito mal-afamados na época] do heavy metal. Não sendo o melhor dos Iron Maiden, em nove temas, Piece of Mind contém quatro clássicos da banda: Revelations, Flight of Icarus, Die With Your Boots On e The Trooper. Vi-os ao vivo três vezes, sempre em Portugal, a primeira das quais a 5 de Dezembro de 1986 [no recém-demolido Dramático de Cascais], o meu primeiro concerto internacional [com os infames W.A.S.P. a fazer a primeira parte]. Quanto mais não fosse, o trabalho dos Iron Maiden no início dos anos 80 faz deles uma das bandas fundamentais para a compreensão, e para a própria definição, do que seria o heavy metal - e muitos dos seus derivados - a partir de meados da década de 80.
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No ano da edição de Piece of Mind [1983] eu andava pela Escola Secundária e Polivalente do Entroncamento e passava o Verão na rua, em correrias de bicicleta e jogos de futebol no adro da igreja da aldeia onde cresci, paredes meias com o cemitério. Portugal vivia à beira da bancarrota e Mário Soares substituia nesse ano Francisco Pinto Balsemão na chefia do governo, formando-se então o famoso Bloco Central [cuja herança ainda hoje é visível na sociedade portuguesa]. Nesse mesmo ano, Björn Borg abandonva o ténis depois de vencer cinco vezes seguidas o Torneio de Wimbledon e Tennessee Williams morria no Hotel Elysée em Nova Iorque. A Swatch colocava à venda os seus primeiros relógios, a primeira Disneyland fora dos Estados Unidos abria em Tóquio e Flashdance e Star Wars - O Regresso de Jedi esgotavam cinemas pelo mundo. O nazi Klaus Barbie era finalmente capturado e a Stern publicava os Diários de Hitler [havia de se descobrir depois que eram falsos].
Com o mundo dividido ao meio [Ronald Reagan refere-se nesse ano à União Soviética como o "império do mal"], o Irão invadia o sudoeste do Iraque, numa guerra que duraria vários anos e custaria muitos milhares de mortos.
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