As colunas [sem surround]

2.25.2006

# 21

Slayer, Reign In Blood [DefJam Records, 1986]

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Angel of Death / Piece by Piece / Necrophobic / Altar of Sacrifice / Jesus Saves / Criminally Insane / Reborn / Epidemic / Post Mortem / Raining Blood

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Dez temas, 29 minutos e 1 segundo de doentia agressão. Estava-se em 1986 e os Slayer conseguiam, à terceira tentativa, revolucionar a cena heavy metal internacional. Após os semi-falhados Show No Mercy e Hell Awaits, com Reign In Blood, Tom Araya, Dave Lombardo, Jeff Hanneman e Kerry King compunham uma autêntica sinfonia de violência e opressão como nunca antes se tinha ouvido. A partir daqui o mundo do heavy metal entrou numa espiral de violência e brutalidade com toda a gente a tentar tocar a velocidades cada vez mais vertiginosas e a um volume sonoro cada vez mais elevado. Os Slayer faziam, em 1986, parte do titânico quarteto que dominava o movimento que na altura se designava como thrash / speed metal [Metallica, Anthrax e Megadeth eram os restantes] e de onde viria a nascer muita da mais extrema música entretanto produzida. Aliás, desse quarteto, apenas os Slayer continuam fieis ao seu credo inicial, debitando bons álbuns com alguma regularidade [os Metallica amoleceram, os Anthrax foram perdendo gas por entre crises internas e os Megadeth assumiram-se como o veículo das paranoias - e do péssimo feitio - de Dave Mustaine]. Quem esteve no último Super Bock Super Rock não ficou indiferente, para o bem e para mal, à demolidora actuação do quarteto que deixou a milhas de distância todas as outras formações [mais ou menos] da mesma área musical que por lá passaram.

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Ora há 20 anos Portugal entrava com pompa e circunstância para a então CEE e o início desse ano ficou por cá marcado pela renhida disputa eleitoral entre Mário Soares e Freitas do Amaral para o cargo de Presidente da República [creio que foi com essas eleições que realmente acordei para a política]. Nesse mesmo ano, fomos todos enxovalhados com a participação da selecção de futebol portuguesa no Mundial do México [o famigerado caso Saltillo], o tal em que Maradona marcou golos de todas as maneiras e feitios [e o mesmo em que a mão divina também teve intervenção decisiva]. Em Outubro 1986 eu iniciava o meu último ano do ensino secundário sem saber muito bem o que iria fazer depois Junho de 1987 [haveria de rumar a Coimbra].